Nossas catequeses são mais doutrinárias do que nós admitimos que sejam. Duvida? Quanto tempo fazemos uma catequese engessada? Que não olha para fora? Que não repara no que a Comissão Arquidiocesana de Catequese está sinalizando? Que não avalia o caminho para poder prosseguir? Que não revisa a metodologia adotada? Lembro que trabalhamos com o mesmo roteiro na catequese por anos seguidos. Havia poucas mudanças. Nas reuniões de planejamento, copiávamos os temas do livro que estávamos adotando, só incluindo os temas do ano litúrgico. A verdade é que seguimos a mesma receita de bolo há décadas sem questionar.
Ficamos acomodados seguindo o roteiro de um livro que apresenta todos os encontros prontos, passo a passo. O que eu quero que você pense comigo é: esses livros podem ser ótimos, mas não foram pensados para os catequizandos da nosso bairro. Quem escreve um roteiro de catequese não mora na nossa comunidade e acaba elaborando roteiros muito genéricos que passam longe do anseios da nossa catequese particular. Lembro de um autor de livros de catequese que disse não ter desenvolvido o passo "ver a realidade" (do método ver-julgar-agir) porque não conhece a realidade de cada paróquia. O "ver" é por conta de cada catequista. Catequista, você está olhando bem a realidade da sua comunidade?
O que nós devemos fazer é, baseados no DNC (Diretório Nacional da Catequese) e nas orientações da nossa arquidiocese para os temas que cada etapa deve contemplar, criar nosso cronograma de acordo com a realidade da nossa comunidade. E na hora de planejar o encontro de catequese, que todos os catequistas da etapa possam se reunir para planejar juntos, não copiar juntos o roteiro do livro ou da internet, mas construírem juntos o encontro de catequese. Sabe do que nós estamos precisando? De catequistas que sejam capazes de planejar e elaborar um encontro de catequese. E para isso, é preciso aprender o método, aprender a planejar, a pesquisar, a selecionar, a criar, a adaptar dinâmicas e temas para sua catequese.
Vamos pensar, ou melhor, repensar nosso cronograma de temas? Vamos melhorar o planejamento dos encontros olhando de fato para a realidade, para fora, e não apenas olhando para o tema e fazendo perguntas sobre o tema, sem se interessar em conectar o texto bíblico à vida? E mais uma coisa: se sua catequese ainda não mudou para o IVC (Iniciação à Vida Cristã), estamos no mesmo barco, mas podemos melhorar, mudar aos poucos. Ou vamos esperar o IVC ser implementado para começar a pensar numa catequese que leve o catequizando ao encontro com Jesus? Precisamos adotar uma metodologia, se não temos condições de ir para IVC, que seguimos o método ver-julgar-agir, o que não pode acontecer é uma catequese sem método.
Catequista- Brasília DF
Fonte: http://catequesedeeucaristia.blogspot.com.br/2017/01/por-que-nao-sou-favor-de-adotar-livros.html?spref=fb&m=1DEIXE SEU COMENTÁRIO
Nenhum comentário:
Postar um comentário