A devoção a
Santíssima Virgem Maria se manifesta na Igreja Católica sob os mais diversos
títulos ou nomes. É praticamente incontável o número de títulos atribuídos a
Maria Santíssima. Apesar de que os modernistas têm a tendência de minimizar a
importância de nossa Mãe e de igualá-la aos outros santos, a devoção popular a
Maria, sob os seus mais diversos títulos, mantém-se de forma extraordinária,
especialmente nos vários movimentos marianos que a divina Providência suscita
no seio da Santa Igreja Católica!
Em cada país, em
cada comunidade, em cada lar católico, a Virgem Maria é invocada das mais
diversas formas, com diferentes nomes, conforme a fé e a devoção populares. Em
muitos países, houve aparições de Nossa Senhora e, a partir destas, surgiram
muitos outros títulos marianos. Além desses, há também os títulos que derivam
dos dogmas relativos a Virgem Maria, que exprimem a fé mariana da Igreja
Católica.
Os nomes de Maria
com origem na devoção popular
A grande maioria
dos títulos atribuídos a Nossa Senhora tem sua origem na devoção popular. Na
mais das vezes, a devoção surge a partir de uma imagem, de uma pintura ou
escultura, da Virgem Maria. Esta tradição da veneração de ícones sagrados de
Maria remonta a era apostólica. Alguns ícones da Santíssima Virgem são até
mesmo atribuídos ao evangelista São Lucas, que é considerado o “pintor” de
Nossa Senhora. Dentre esses ícones, alguns são muito conhecidos, como “Nossa
Senhora do Perpétuo Socorro”, a “Theotokos de Vladimir”; e “Nossa Senhora de
Czenstochowa”. Cada uma dessas imagens ressalta uma particularidade da
Santíssima Virgem, que nos ajuda a conhecer melhor a sua presença materna na
Igreja e em nossas próprias vidas.
Para mostrar como
geralmente nasce a devoção popular a Maria, citamos um caso mais recente: a
devoção a “Nossa Senhora Desatadora dos Nós”. Esta devoção surgiu por volta do
ano 1700, na pequena cidade de Augsburgo, que fica no estado da Baviera, na
Alemanha. Um artista – que permanece desconhecido até nossos dias – pintou uma
imagem da Virgem de Nazaré, inspirado na memorável frase de Santo Irineu de
Lyon: “o nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria; e
aquilo que a virgem Eva atou, com a sua incredulidade, desatou-o a Virgem Maria
com a sua fé”.
Esta pintura foi
então exposta para veneração pública na pequena igreja de St. Peter am Perlach,
em Augsburgo, onde permanece até hoje. Nesta igreja, originou-se a devoção a
Nossa Senhora Desatadora dos Nós, que ficou conhecida primeiramente na
Alemanha, depois em toda a Europa e, por fim, se espalhou pelo mundo todo, por
causa de devoção popular.
Os nomes de Maria
relativos às suas aparições
Há vários títulos
que nasceram de aparições e ou de manifestações da Santíssima Virgem. Alguns
desses nomes são muito conhecidos, outros menos, mas todos expressam a fé e a
devoção dos fiéis a Nossa Senhora, que se manifestou a eles de modo particular.
Como exemplo, neste Ano Mariano, é significativo recordar dois títulos muito
caros à devoção popular: Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora Aparecida.
Em 1917,
aconteceram as aparições de Nossa Senhora em Fátima, Portugal, aos três
pastorinhos, Lúcia, Francisco e Jacinta. Estamos no ano jubilar dos 100 anos
dessas aparições. Nelas, a Virgem Maria apresentou-se sob o título de Senhora
do Rosário, de Senhora do Carmo e de Imaculado Coração. A partir dessas
aparições, espalhou-se pelo mundo inteiro a devoção a Nossa Senhora do Rosário
de Fátima, e fortaleceram-se as devoções a Nossa Senhora do Carmo e ao
Imaculado Coração de Maria.
Em 1717, humildes
pescadores encontraram em suas redes uma pequena imagem de Nossa Senhora da
Conceição, primeiro o corpo, depois a cabeça. Então, seguiu-se a
conhecida pesca milagrosa, de belos e grandes peixes, depois de horas a fio sem
nada pegar. Simples pescadores perceberam no encontro da imagem e na pesca
milagrosa uma ação da Providência divina. A partir daí, passaram a venerar a
pequena imagem de Nossa Senhora. A devoção dos pescadores se espalhou
rapidamente, principalmente por causa dos muitos milagres que se seguiram, e
cada vez mais pessoas passavam a visitar aquela pequena imagem, chamada
carinhosamente de Nossa Senhora Aparecida.
Os títulos
referentes aos dogmas marianos
Os títulos da
Virgem Maria que tem sua origem nos dogmas marianos são bem menos numerosos.
São apenas quatro. No entanto, não são menos importantes. Ao contrário, são
importantíssimos para a fé da Igreja Católica. Pois, estes dogmas foram
proclamados justamente para firmar as bases da nossa fé mariana.
O primeiro dos
dogmas marianos é o da maternidade divina, proclamado pelo III Concílio Ecumênico, realizado em Éfeso, em 431. Nesse Concílio, a Virgem
Maria é proclamada solenemente Mãe de Deus. Naquele tempo, no qual muitos
hereges negavam a divindade de nosso Senhor Jesus Cristo, era necessário que a
Igreja confirmasse a doutrina de que a Virgem Maria é verdadeiramente Mãe do
Verbo de Deus encarnado, e não apenas da humanidade de Cristo.
O segundo dogma
mariano proclamado pela Igreja Católica é o da Virgindade Perpétua de Maria,
que afirma a sua virgindade antes, durante e depois do parto. Essa doutrina –
que já era dogma de fé católica desde 553, quando foi proclamado no II Concílio
de Constantinopla – foi reafirmada solenemente no Concílio de Trento, no
ano de 1555. Todavia, esses ensinamentos já faziam parte da doutrina dos Padres
da Igreja, como São Justino, o Mártir e Orígenes.
O terceiro é o
dogma mariano é o da Imaculada Conceição, que define como fé da Igreja Católica
a concepção da Virgem Maria sem a mancha do pecado original. O dogma da
Imaculada Conceição foi definido pelo Beato Papa Pio IX, através da Bula Ineffabilis Deus, no dia 8 de Dezembro de 1854.
Finalmente, o
quarto é o dogma da Assunção de Maria aos Céus. Este dogma significa que
devemos crer com fé católica que Nossa Senhora, ao fim de sua vida terrena, foi
assumida, de corpo e alma, à glória do Reino dos Céus. Esse dogma foi
proclamado solenemente pelo Papa Pio XII, através da Constituição
Apostólica Munificentissimus Deus, no dia 1º de
Novembro de 1950.
A importância de
invocar a Virgem Maria
Portanto, vimos que
os vários títulos ou nomes da Santíssima Virgem Maria têm as mais variadas
origens. Os títulos podem ter sua origem na devoção popular, nas aparições e
manifestações de Nossa Senhora ou nos dogmas marianos. No entanto, todos esses
títulos, todos esses nomes, têm em comum o fato de que dizem respeito a uma
pessoa, que é a Santíssima Virgem Maria, a Mãe de nosso Senhor Jesus Cristo.
Desde os primórdios
da Igreja Católica, a devoção a Nossa Senhora, sob os seus diversos títulos,
ajuda-nos a perseverar na fé católica e a combater as heresias. Entretanto,
mais do que outrora, devemos invocar a Virgem Maria, sob seus mais diversos
nomes, para que a nossa fé não desfaleça. Sobre essa importância da devoção a
Nossa Senhora em nossos dias, o então Cardeal Joseph Ratzinger já dizia: “Hoje,
neste confuso período, em que todo tipo de desvio herético parece se amontoar
às portas da fé católica, compreendo que não se trata de exageros de almas
devotas, mas de uma verdade hoje mais forte do que nunca”.
Pesquisa: Iasmim Fonseca
Revisão: Danilo Nery
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