"ONDE HOUVER O DESEPERO QUE LEVE A ESPERANÇA"

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27 de outubro de 2015

EXISTE COMPATIBILIDADE ENTRE O ESPIRITISMO E O CATOLICISMO?


CATÓLICOS PODEM frequentar o espiritismo? À primeira vista pode parecer uma questão elementar, principalmente para os fiéis católicos bem formados, todavia essa pergunta volta a baila de tempos em tempos. De fato, nos centros espíritas é dito que sim, que não há problema em ser católico e frequentar o espiritismo. Mas o que a Igreja tem a dizer sobre isso?

A leitora "Lila" enviou-nos a pergunta que reproduzimos abaixo:
“Vou sempre no centro espirita e sou muito bem tratada, sou católica mas eles dizem que não importa a religião da pessoa. (...) Não troco a minha religião por nada, mas não vejo problema ir no centro espírita. Qual o problema nisso?"
Antes de responder, caríssima Lila, faríamos nós uma pergunta: você foi informada, por lá,
que 
para eles não há problema em "frequentar" as duas religiões. Mas você já se interessou em saber o que a Igreja acha? Já que você afirma que não troca de religião, não seria mais coerente, em primeiro lugar, saber o que a sua religião ensina?

Bem, para entender a situação, em primeiro lugar, é preciso saber o que é espiritismo e o que é ser espírita. Como os espíritas se definem? Os cursos e livros da Federação Espírita Brasileira são claros: espírita é aquele que aceita e observa as revelações que vem dos espíritos. A orientação dos espíritos é o cerne de toda a doutrina espírita, nas informações supostamente transmitidas pelas almas de pessoas já falecidas aos chamados "médiuns".

Vemos, então, que toda a doutrina espírita está baseada e fundamentada nas informações e orientações que nos chegam a partir de “entidades" ou espíritos "desencarnados”. São estes que orientam, que revelam os ensinamentos e tudo aquilo que se entende como verdadeiro e recomendável.

Deste ponto de partida muito fundamental já é possível perceber que se trata de um sistema de crenças completamente diferente do cristianismo. As bases da nossa fé não nos foram transmitidas por “espíritos”, no plural: não são “entidades” nem pessoas que já morreram, mas sim o Espírito Santo, isto é, Deus mesmo Quem revela a doutrina e guia a sua Igreja. Cremos que Jesus Cristo instituiu a sua Igreja sobre a Terra. Nós, cristãos, cremos na Revelação de Deus, enquanto Os espíritas creem nas revelações de espíritos de pessoas falecidas.

Nós, cristãos católicos, cremos que Deus inspirou os autores da Bíblia Sagrada para a nossa instrução e meditação. Os espíritas vêem a Bíblia como uma obra que possui valor apenas moral, por sinal bastante relativo e maleável, não sagrado e imutável. Allan Kardec (aliás Hippolyte Léon Denizard Rivail, nome de batismo que estava desacreditado nos meios acadêmicos quando ele adotou o pseudônimo)  escreveu seu “'evangelho' segundo o espiritismo” escolhendo cuidadosamente alguns trechos da Bíblia que lhe pareciam concordar com o que ele próprio ensinava, e descartando todas as partes que claramente o contrariavam.

O que provoca confusão é que muitos espíritas (inclusive autores de muitas publicações) costumam se declarar “cristãos”; falam muito em Jesus e até em Maria, citam nomes de santos católicos e chegam a usar orações da Igreja em seus cultos. Mas de que "Jesus" eles estariam falando, se afinal não creem que Jesus é o Cristo, isto é, nosso Senhor, Salvador e Deus?

Para os espíritas, Jesus é apenas um “espírito evoluído”, uma espécie de “entidade” iluminada que pode indicar o caminho para a nossa "evolução espiritual". Nada mais. Nós, católicos, cremos que Deus se fez homem e habitou entre nós: este é Jesus, o Verbo ou Palavra de Deus, a Revelação de Deus Pai, o Alfa e o Ômega, Princípio e Fim de todas as coisas.

Para o fiel católico Jesus não é “guia”, nem “espírito de luz” ou “entidade” e nem qualquer coisa deste gênero.Jesus é Deus conosco todos os dias. Por Ele tudo se fez, e “é nEle que vivemos, nos movemos, e existimos” (At 17,28).

Como poderíamos nós, cristãos, participar em uma instituição que contraria justamente o princípio mais sagrado e basilar da nossa fé? Uma religião ou filosofia que não aceita o Sacrifício d'Aquele que tantas dores e angústias sofreu, até se entregar a mais horrenda das mortes, pela nossa salvação? É honesto se declarar "católico" e frequentar, ao mesmo tempo, centros espíritas? Claro e evidente que não!

Além de tudo, cremos que a Igreja é a Presença de Cristo na História. Ela é o Corpo do Senhor, – sendo Jesus mesmo a Cabeça, e a Igreja seu Corpo Vivo neste mundo (Ef 5,23-30). – Para estarmos em Comunhão plena com Deus, precisamos ser membros desta Igreja. O cristianismo, portanto, não é apenas uma “doutrina”: é muito mais do que isso!

Na Encíclica Deus Caritas Est, o Papa Bento XVI ensina, com muita propriedade e autoridade, que o cristianismo "é um acontecimento”. É Deus que irrompe na História, e nos encontramos com Ele por meio do próprio Cristo Salvador. Tudo isso é negado pelo espiritismo.

Outra diferença profunda é a crença na reencarnação. O espiritismo adotou muitos princípios do paganismo, entre os quais este; para eles, os seres humanos vão “reencarnando” muitas vezes, e assim, por seus próprios esforços e méritos, vão se aperfeiçoando e merecendo a realização espiritual. Nós, cristãos, reconhecemos que, por nossos próprios esforços, não conseguimos chegar a Deus, mas é Deus Quem nos dá a Salvação.

A Bíblia ensina que já há milhares de anos os homens vêm tentando alcançar o céu por seus próprios esforços. É este o grande ensinamento da história da Torre de Babel (Gn 11): os seres humanos tentaram construir uma torre alta o bastante para chegar ao céu: nessa metáfora, a torre é a capacidade humana para crescer, se aprimorar, conquistar a glória e a eternidade. O “céu” representa a Salvação, a vida eterna no mundo dos deuses, conforme os pagãos que construíam a torre acreditavam naquela época, achando que o Paraíso era um lugar acima das nuvens. Deus então confunde as línguas, mostrando aos seres humanos que são incapazes, por suas próprias forças, de alcançar o Paraíso.

Esses antigos pagãos achavam que poderiam subir por eles mesmos, metro a metro, até chegar a Deus. É exatamente isso o que a doutrina da reencarnação ensina. Vamos reencarnando, aprendendo, "evoluindo", e assim chegamos a Deus. Mas como poderíamos "evoluir", se na vida presente nos esquecemos de tudo o que vivemos e aprendemos na encarnação passada? E a pergunta que jamais poderá ser respondida: para que então Jesus teria se entregado ao martírio, se todos nós já seríamos salvos de qualquer jeito, reencarnando milhares de vezes?

Não. Nós não podemos chegar a Deus por nós mesmos. Por isso Deus mesmo veio até nós, na Pessoa de Jesus Cristo, e nos deixou a Sua Igreja, a Sua Palavra e os Seus Sacramentos. – Todos estes são negados pelo espiritismo.

Vemos então que espiritismo e cristianismo são propostas religiosas/filosóficas completamente diferentes. Tudo o que os espíritas pensam e ensinam é o avesso daquilo que nós, católicos, cremos. Por que não podemos ser católicos e espíritas ao mesmo tempo? Simples: porque somos cristãos, e o espiritismo descarta todas as bases sobre as quais o cristianismo se fundamenta: a Divindade do Cristo, a Eucaristia e todos os outros Sacramentos, a intercessão dos santos, a existência dos anjos, a Imaculada Concepção e, principalmente, a salvação pela Graça: salvação que obtemos por Amor, sem depender de uma infinita sucessão de reencarnações.

Que Nosso Senhor ilumine para a fidelidade à Santa Igreja o entendimento de todos aqueles que erram entre seitas espíritas!

2 comentários:

  1. Muito, muito, muito bacana esse texto

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  2. A questão crucial não é se é certo ou errado. Se lhe faz bem vai onde quiser. Você não precisa ser dominada por um conjunto de crenças castradoras! Você sabe o que é bom para você. Não há religião verdadeira, apenas a melhor para queles momentos que estão passando na sua vida!
    Vamos abrir essa cabecinha porque Jesus nunca fundou nenhuma organização religiosa e nem era seu objetivo. Ele só queria semear em nossos corações a bondade e o amor, independente se você é negro, branco, empreendedor, prostituta. Dane-se isso, você é HUMANO! É é isso que importa! Seja mais humano, seja mais JESUS!

    Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.


    O espiritismo adotou muitos princípios do paganismo? E os católicos? Vamos listar:

    1) Os historiadores dizem que o casamento como conhecemos hoje surgiu em Roma, mas na Grécia já era costume as pessoas usarem branco em ocasiões especiais como um nascimento ou casamento.

    2) O buque de noiva era uma mistura de alho, ervas aromáticas e grãos. O alho seria para afugentar maus espíritos e os grãos garantiam e as ervas e grãos simbolizavam uma união frutífera. Algumas culturas acreditavam que colocando açúcar no buque, o temperamento da noiva seria “doce”.

    3) O uso do véu de noiva é uma referência a deusa romana Vesta (ou Héstia dos gregos). Vesta era a deusa virgem protetora da casa e família.

    4) A aliança significava uma ligação perfeita do casal. Assim como o círculo da aliança não tem fim e representava para os Egípcios a eternidade, assim como o amor do casal deveria durar para sempre. O uso no dedo anelar da mão esquerda vem dos gregos. Eles acreditavam que por esse dedo passava uma veia que ia direto ao coração. Esse costume ou posteriormente adotado pelos romanos e incorporado às cerimônias cristãs.

    5) Jogar arroz nos noivos é um costume chinês, e significar fartura e fertilidade. Algumas outras culturas jogavam tricô, farinha ou bolo na cabeça da noiva e comiam o resto para terem sorte.

    6) Quanto ao bolo do casamento, os romanos já partiam um bolo sobre a cabeça da noiva para simbolizar fertilidade e abundância.

    7) Mas o mais irônico é que talvez a maior influência pagã seja justamente uma das datas mais importantes para o cristianismo: o natal, onde se comemora o nascimento de Jesus.
    Entre os dias 17 e 23 de dezembro, os romanos comemoravam a saturnália, que era um festival em honra ao deus saturno. Nesse período eles faziam banquetes. No dia 25 de dezembro era comemorado o Natalis Solis Invcti, ou nascimento do sol invencível.

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