[coluna do Murilão]
(UMA FÁBULA MODERNA, MAS COM RAÍZES ANTIGAS).
Havia em uma terra longínqua, num mundo não muito diferente do nosso, dois povos muitos parecidos fisicamente, mas que nunca se visitavam: os violonistas e os percussionistas. Eram parecidos porque apesar da diferença de tamanho e de cor, possuíam quase o mesmo comportamento, tendo como diferença apenas, os modos alimentares e uma característica que só existia com os violonistas: eles eram exímios cantores.
Um dia, os violonistas começaram a desenvolver certa rouquidão, impedindo que eles cantassem com a mesma beleza que sempre cantavam. No início eles tinham as ervas que usavam para fazer o remédio para combater essa rouquidão. Mas depois de um tempo, algumas dessas ervas ficaram escassas, impedindo que o remédio pudesse ter o mesmo efeito que tinha no começo. Então um pequeno grupo de violonistas saiu em uma expedição à procura de um lugar onde pudessem encontrar as ervas que faltavam para a fabricação de um remédio que curasse definitivamente suas gargantas.
E foi viajando indo ao norte da sua terra natal, que os violonistas encontraram a terra dos percussionistas: uma terra rica em plantas e árvores de todas as espécies; percussionistas de todos os tipos; todos sempre bem receptivos, amigáveis e comunicativos. Um grupo de percussionistas recebeu os violonistas e foi mostrando aos poucos a terra onde moravam. Os violonistas ficaram encantados com a vastidão que era o lugar onde os percussionistas viviam que voltaram não só contando aos demais, as maravilhas que era a terra dos percussionistas, como também uma grande parte deles começou a migrar para lá, e começaram a morar e conviver com os mesmos.
Só que o que eles não sabiam, era que os percussionistas eram extremamente hostis quando se tratavam de invadir o seu espaço e suas terras. Eles eram receptivos com visitantes, mas não gostavam que músicos de outras terras viessem dividir o mesmo espaço que o deles. Isso assustou os violonistas que migraram, porque o que tinham falado dos percussionistas era exatamente o oposto do que eles estavam vendo: violonistas sendo humilhados por onde passavam, mal recebidos onde paravam, sendo ofendidos o tempo todo pelos percussionistas, tendo que frequentar lugares diferentes dos deles, por medo de represálias. Alguns percussionistas chegaram até a matar uma grande parte dos violonistas que migraram para as suas terras, sendo vistos até como heróis pelos demais de sua categoria.
Essas humilhações e mortes desnecessárias duraram até que uma epidemia tomou conta da terra dos percussionistas, afetando-os de maneira trágica, mas tão trágica, que suas unhas começavam a cair e a cor de seus dedos começava a amarelar. Depois desses sintomas maléficos, era a morte sem dó, nem piedade. Isso fez com que uma parte dos percussionistas se dizimasse e a grande maioria se desesperasse, pois não conseguiam encontrar um remédio que fosse capaz de curar essa doença que assolava a terra dos percussionistas de maneira tão devastadora, que ela também era contraída pelos violonistas. Só que existia uma diferença muito grande entre eles: os violonistas se curavam bem mais rápido do que os percussionistas.
Porém um dia, um percussionista, caindo aos pés de um violonista, suplicou que ele o matasse para evitar morrer sofrendo daquele jeito. O violonista, desesperado ao ver a horrível cena, pegou o remédio que usava para a rouquidão e deu para o percussionista beber. O resultado foi surpreendente: o percussionista, depois de alguns minutos começou a se sentir saudável novamente. Foi aí que descobriram que o remédio que os violonistas usavam para a rouquidão era que os curava rápido dessa terrível praga. Então os violonistas que moravam na terra dos percussionistas se reuniram com os chefes deles e decidiram fazer o remédio em grande quantidade, para que todos os percussionistas pudessem ter acesso a ele e se curassem de vez.
No começo, muitos percussionistas se recusavam a tomar um remédio feito por mãos de violonistas, pois acreditavam nos boatos de que eles eram impuros e contaminados. Mas com o passar do tempo, eles foram aceitando a cura, e a convivência começou a ser menos agressiva e mais pacífica. Foi então que os percussionistas decidiram aceitar os violonistas como parceiros e ambos os povos começaram a se conhecer mais e acabaram se tornando a cada dia, mais amigos.
Moral da História: o preconceito muitas vezes é uma barreira muito conflitante entre os povos, impedindo que muitas culturas se conheçam e interajam entre si. Jesus Cristo colocou fim a isto, destruindo a parede divisória da hostilidade (Efésios 2:14). Todas as formas de racismo, preconceito e discriminação são afrontas à obra de Cristo na cruz. Se Deus é imparcial, e nos ama com imparcialidade, isto significa que precisamos amar aos outros com o mesmo alto padrão. Jesus nos ensina, ao final de Mateus 25, que tudo o que fizermos com o menor de Seus irmãos, faremos a Ele. Se tratarmos uma pessoa com desprezo, estamos maltratando uma pessoa criada à imagem de Deus: alguém que Deus ama e por quem Jesus morreu.
PAZ E BEM.
Ótima mensagem bíblica. Parabéns. Paz e bem. ass: Kennedy.
ResponderExcluirVerdade....o preconceito é uma barreira muito grande entres as pessoas!!!
ResponderExcluirÓtima fábula Murilão .....e que o amor de DEUS cresça entre nós.
Ass: Jacqueline